sábado, 11 de junho de 2016
O repouso do Campeão II
Algumas pessoas estranharam minha homenagem a Muhammad Ali, criticando minha postura de enaltecer os feitos do falecido (mas eterno) campeão e condenar as palhaçadas de Anderson Silva: "Ahhh, os dois faziam graça durante a luta, provocavam os adversários e você só critica o "Spider".... "Ahhh,você é antipatriótico, fica puxando saco de americano, etc,etc..." Para acabar de vez com essas alegações infantis e tentar incutir um pouco de raciocínio nessas mentes tão pouco desenvolvidas,segue uma lista de motivos:
1 - Ali foi um homem de princípios, que defendia a igualdade racial e social ,a liberdade religiosa e a paz entre as nações. Anderson Silva é um babaca que não defende coisa alguma, nem mesmo o investimento do Estado no incentivo às atividades esportivas para jovens de qualquer renda.
2 - As provocações de Ali eram respostas aos desafios e declarações que os adversários faziam nas entrevistas coletivas que antecediam as lutas - nas quais era chamado de traidor do país, negro alienado, anticristão e até "mensageiro do ódio através do boxe". Já Anderson Silva faz gracinhas do nada,apenas com o intuito de se promover.
3 - Ali fazia declarações ousadas ( "Eu sou o maior de todos !", "Sou o melhor boxeador que já existiu, existe e ainda vai existir !" , "Eu já era o melhor antes mesmo de saber que era !" ) diante das câmeras quando se referia ao boxe. Sua postura mudava nos discursos contra as injustiças - quando agia com seriedade e firmeza - e no contato com os fãs e pessoas em geral, quando se mostrava gentil e acessível. Silva é arrogante e egocêntrico o tempo inteiro, chegando a culpar os fãs pelas reações negativas que recebeu pela derrota vergonhosa nas mãos de Chris Weidman.
4 - Ali foi original. Antes dele, apenas Jack Johnson e Joe Louis ameaçavam fazer alguns gracejos no ringue. Na época, seu comportamento agradou a muitos fãs porque era revolucionário e condizia com a postura de contestador. Ali,no entanto, pagou um preço alto por seus "erros de cálculo": especialistas estimam que,durante a carreira como boxeador, recebeu aproximadamente 1 milhão (!) de golpes só na cabeça. Resultado: Diagnóstico de Doença de Parkinson aos 40 anos de idade.
5 - Ali foi um gigante entre os gigantes. Foi 3 vezes campeão mundial numa época em que a "forja de campeões" estava à toda, produzindo grandes nomes como Joe Frazier, George Foreman, Sonny Liston, Ken Norton, Larry Holmes e Floyd Patterson. Ser o melhor entre os melhores é uma coisa, enfrentar lutadores medíocres para manter títulos é outra.
6- Ali tinha a mesma firmeza tanto na vitória quanto na derrota. Se ganhava ou se perdia, se batia ou apanhava, chamava sempre para si a responsabilidade. Alguns biógrafos atribuem a ele o seguinte pensamento: " O Boxe é como um debate,em que você é obrigado a atacar e se defender. Se sua argumentação é sólida e sua paciência é suficiente para aguentar o que vem em sua direção para contra-atacar de maneira correta,você vence. Se não,você perde. Simples assim."
7- Ali nunca dependeu da Mídia para se promover, pelo contrário: Boa parte da Imprensa na época era hostil a ele, taxando-o de "anti-americano", "irresponsável" e até "comunista". A Imprensa brasileira não se cansa de louvar as glórias e atributos dos lutadores ( e jogadores de futebosta) brazucas,elevando-os à categoria de semideuses. A mesma Imprensa,aliás, que após derrotas desastrosas - e previsíveis - solta artigos atribuindo o acontecido à "sorte do adversário" ou reconhecendo,afinal, que o "ídolo" (ou time) é uma bela de uma porcaria.
8- Ali nunca aderiu a "modismos": Nunca usou cortes de cabelo ridículos, nunca desfilou com roupas e adereços feitos para imbecis, nunca gastou dinheiro com ostentações, nunca arranjou casos amorosos escandalosos (ao contrário dos esportistas negros atuais,que se dizem adeptos do anti-racismo mas só arrumam amantes brancas,louras e de reputação bastante duvidosa) , recusou as idéias imperialistas dos EUA e principalmente, sempre soube se portar de maneira galante e gentil com as mulheres sem jamais perder a masculinidade no modo de ser e agir. Resumindo,Ali foi um farol em meio à escuridão da mediocridade e da falsidade.
CAMPEÃO, VOCÊ JÁ ESTÁ FAZENDO MUITA FALTA NESSE MUNDO !
domingo, 5 de junho de 2016
Parasitas da Cultura ( parte 2)
Um governo mergulhado em escândalos, corrupção e
crises. Uma presidente arrogante, ignorante e incompetente. Partidos
governistas totalmente envolvidos em propinas, negociatas e
expoliação do dinheiro público. Um país desacreditado e motivo de
chacota perante o restante do mundo. Segurança, Educação e Saúde
públicas completamente destroçadas. Quase 12 milhões de cidadãos
desempregados. Cento e setenta bilhões de reais em dívidas
públicas. Quem está a par da situação atual sabe que,pelas
razões acima (e outras mais) a condição do Brasil atingiu o nível
'DESESPERADORA'. Mesmo assim, existem figuras - os ditos "artistas"
e "intelectuais" - que,fazendo uso da mídia,ainda insistem
em defender a quadrilha lulodilmopetista. O que os leva à essa
atitude aparentemente ilógica, incompreensível e irresponsável ?
Assista ao vídeo abaixo e descubra:
“Governo ilegítimo” ? Ilegítimo como, se os
mesmos votos elegeram Dilma Rousseff e Michel Temer para os cargos de
Presidente e Vice-Presidente da República, respectivamente ?
“Qualquer tentativa de negociação com o Palácio do Planalto é
uma forma de legitimar o golpe !” “Golpe” legal esse,não ?
Além de permitir amplo direito de defesa à presidANTA e sua
corja,ainda garante mordomias – transporte áereo, criadagem,
moradia, alimentação – até a conclusão do processo,que ainda
vai durar meses. E os parasit...,digo,ativistas ainda batem pezinho
e dizem que não negociam de jeito algum,pois o governo provisório é
“ilegítimo” ! Legítimas e necessárias, segundo a lógica
desses sujeitos,são as ocupações dos espaços públicos , “lugares
da luta política”. E nós aqui pensando que espaços públicos
são,como o próprio nome diz, lugares abertos à livre circulação
e usufruto do povo e não trincheiras de baderneiros terroristas !
Que ingenuidade a nossa !!
Vade retro, satanás !
Na tentativa de empurrar os argumentos idiotas vale
tudo,até botar viado falando,muito sugestivamente,em “violentação”
(rape) à democracia ( Essa bichona representa a democracia ?
Em caso afirmativo,a petralhada pode ficar sossegada, ninguém em
juízo perfeito teria conjunção carnal com essa abominação) . E
convenhamos, o termo violentação tem outros significados
além de estupro ( RAPE) . A produção do vídeo é tão
vagabunda que só achou essa tradução para enfiar (epa !) na
legenda ? Ou será que se referem ao que o PT fez ao Brasil e à
esperança do povo nos últimos treze anos ?
A ladainha continua,dessa vez com a afirmação de que o
governo provisório quer “desestabilizar o país” ( Peraí,já
não estava mais do que desestabilizado ? ) e que “assumiu de forma
arbitrária,causando um desmonte de setores essenciais do Estado
brasileiro,como : Cultura, Direitos Humanos, mulheres, igualdade
racial , povos indígenas, desenvolvimento agrário, Previdência,
Ciência e Tecnologia”. Desmonte como, se incentivo à Cultura
para os pseudosocialistas da quadrilha vermelha significa farta
distribuição de dinheiro público para alguns grupinhos restritos
de cantores, atores e diretores; Direitos Humanos não
existem para as pessoas de bem,apenas para criminosos ; Mulheres
não dispõe de Políticas de Saúde que lhes garanta informação
sobre maternidade responsável, contracepção, prevenção de
doenças sexualmente transmissíveis , reposição estrogênica após
a menopausa e muito menos assistência médica especializada nos
casos de violência sexual ; Igualdade racial é um
conceito falacioso , tendencioso e vazio,pois a cor que conta é a do
DINHEIRO e ele circula livremente pelas contas bancárias e carteiras
independentemente da cor da derme do dono; Povos Indígenas
nunca foram tratados como cidadãos brasileiros (no máximo
como bichos que precisam de um canto só deles para que possam se
reproduzir e tocar chocalho) e durante o governo petista viram suas
terras serem invadidas impunemente por vagabundos do MST,
madeireiros, garimpeiros e barões do agronegócio; o Desenvolvimento
Agrário se deu da forma mais cruel possível,com subprodução
e falência do pequeno e médio agricultor por falta de crédito e
aumento das taxas de juros ( paradoxalmente,os grandes produtores
receberam investimentos pesados e crédito quase ilimitado pelo
BNDES) ; a Previdência Social do Brasil é considerada a
pior do mundo, condenando impiedosamente quem contribuiu para ela
durante toda a vida laborativa a morrer na miséria extrema; Ciência
e Tecnologia são palavrinhas bonitas para o PT mas as
Universidades Federais, antigos Centros de Excelência na educação,
produção e pesquisa, estão FALIDAS e DESPRESTIGIADAS ( não se
formam mais pesquisadores de renome e os que existem migraram para
instituições particulares ou deixaram o país) ? O PT mergulha o
país na merda e reclama que o cheiro está ruim....
A comédia pastelão continua: “A extinção do
Ministério da Cultura significa e simboliza não só a perda dos
direitos dos trabalhadores da cultura – conquistados numa longa
história de lutas e desafios – mas também a perda dos direitos de
cidadania do povo brasileiro,garantidos na Constituição de 88 .”
Perda dos direitos dos trabalhadores da cultura como,se a Secretaria
de Cultura seria parte vital e indissolúvel do Ministério da
Educação (que voltaria a ser denominado Ministério da Educação E
Cultura) e o regimento interno seria respeitado ? A chiadeira se dá
pela possibilidade de uma auditoria e consequente demissão de
vagabundos/ extinção das farras administrativas ? E mesmo se
houvesse uma total modificação do mecanismo de gestão da
cultura,por que razão teríamos “perda de direitos de cidadão”?
Que direitos,especificamente ? Como? Onde ? A não ser que o governo
provisório faça como os talibãs e os radicais do Estado Islâmico
e passe a dinamitar monumentos, queimar livros, executar
dissidentes.... O que, convenhamos, tem mais a cara do PT e das
ditaduras populistas de Venezuela, Bolívia e Cuba.
Segue a chorumela: “ E além das perdas material e
imaterial da cultura brasileira, essa arbitrariedade representa um
retrocesso histórico diante de um legado deixado por agentes
culturais individuais e coletivos em seus diferentes campos de
criação.” - Perdas material e imaterial da cultura brasileira ?
Os palhaços acham MESMO que haverá destruição de algum item de
produção intelectual ?! O resto da frase é uma imbecilidade sem
contexto algum,nem adianta comentar. Prossigamos: “No entanto,não
se trata apenas de garantir a sobrevivência de um setor. As
ocupações das sedes do MinC no Brasil são,sobretudo, pelo fim do
governo ilegítimo de Michel Temer. Não aceitamos negociar com os
coronéis do século 21. Nesse momento,o verdadeiro governo tá
aqui,do lado de fora,nas ruas. Nas ocupações. Nós não abrimos mão
do Estado Democrático de Direito no Brasil. Conclamamos toda a
Sociedade à resistência.” Depois de muito blá-blá-blá sem
sentido algum,de muita poluição visual e de argumentos que não
valem nem um punhado de merda,os “artistas” chegam onde queriam:
Conclamar a “sociedade” a se revoltar contra o bicho-papão
Temer,esse ditador golpista,inimigo das artes, monstro de crueldade !
(Creio que se pusessem a 'Marselhesa' como fundo musical ao
invés de trechos de 'Carmina Burana' ficaria mais lírico e
com maior apelo cívico,afinal o verso “Ferozes soldados vêm
degolar suas mulheres e crianças” mostraria o que vai acontecer às
nossas famílias no governo do presidente em exercício. Já “ Às
armas,cidadãos/Formem seus batalhões/Marchemos,marchemos”
representa o que o Partido Terrorista considera legítimo fazer
quando suas bandidagens vêm à tona).
O vídeo termina de forma patética (adjetivo que cai
bem para todas as figuras que dele participam),com a figura
deplorável de Marieta Severo declarando “A luta pela democracia
não tem data para terminar !” Sim,deplorável. Deplorável
porque representa a decadência completa da “classe artística”
brasileira,que tem nessa figura um de seus “expoentes”. Se um
expoente age dessa forma,se sujando de maneira tão abjeta e
defendendo um governo podre e nocivo,podemos deduzir que há muito em
jogo além do dinheirão que sustenta essa cambada de sanguessugas:
também há tráfico de influências, indicações espúrias a cargos
comissionados e principalmente, manutenção do status. O
movimento desse grupo de canalhas mercenários fede a LIXO.
Quando a AMORALIDADE ( que no caso da “Dona Nenê” salta aos
olhos) se encontra com a OLIGOFRENIA, o OPORTUNISMO e a completa
FALTA DE TALENTO, o resultado não poderia ser outro.
sábado, 4 de junho de 2016
sexta-feira, 3 de junho de 2016
Parasitas da Cultura
O
sr. Caetano Veloso, o auto-proclamado compositor supremo do universo
e detentor de conhecimentos sobre todas as áreas do conhecimento
terrestre ( e quiçá do extraterrestre), soltou um artigo intitulado
"Sem Festa" na edição de 15/05/2016 do jornal 'O Globo',
no qual desfia sua habitual chorumela,desta vez sobre a "extinção"
do Ministério da Cultura e consequentemente,da rarefação das
mamatas que parasitas travestidos de artistas - grupo do qual faz
parte - conseguem através de mecanismos danosos e manipuláveis
rotineiros entre os "amigos do regime",entre eles a
famigerada Lei Rouanet.
O
artigo até que começa bem, louvando o enxugamento da máquina
administrativa - o que,na verdade,não se verificou até agora - e o
esperado fim da distribuição política de cargos. Não demora muito
e logo se inicia o rosário de argumentos furados e tendenciosos:
Caetano diz que a economia conseguida com a aglutinação dos
Ministérios da Cultura e da Educação seria "pífia" e
que as "conquistas" conseguidas com a criação do MinC -
recebimento de direitos pela exibição em streaming, pagamento de
royalties pelas criações audiovisuais, manutenção de Centros de
Cultura - seriam perdidas. Cita até preservação do Patrimônio
Histórico Nacional como pauta de primeiríssima linha do ministério,
certamente ignorando que milhares de obras do período Barroco foram
levianamente surrupiadas com o beneplácito do governo federal e que
dezenas de repositórios de cultura nacional - museus, bibliotecas,
igrejas, praças e monumentos - se deterioram vergonhosamente a olhos
vistos,ano após ano. Caetano também deveria saber que,na prática,
nenhum cantor ou compositor é verdadeiramente dono dos registros
audiovisuais de sua carreira,ficando subordinado à vontade das
gravadoras. Dinheiro mesmo (e aqui falo de dinheiro HONESTO e sem
conchavos),só com os dividendos de shows, peças e apresentações
teatrais,nunca com a venda de CDs,DVDs e afins. Nem com a
apresentação em streaming. Afirma ainda que o Ministério da
Cultura "sempre deu valor à produção cultural" do país
e que somente os "maluquinhos habituais" propagam o já
comprovadíssimo fato de que muitos artistas brasileiros famosos
parasitam as verbas generosas liberadas por mecanismos de isenção
fiscal e de patrocínios camaradas conseguidos na base do
"companheirismo" junto às estatais.
Isso
não é novidade para você, caro(a) internauta: já publicamos
artigos do excelente blog Spotniks tratando desse assunto aqui
e aqui.
Caetano tenta justificar o injustificável,atribuindo as acusações
(todas VERDADEIRAS) feitas aos coleguinhas mercenários à inveja (?)
que os não-pertencentes à guilda artística sentem quando obras
atingem "multidões ou íntimas sensibilidades". Argumento
imbecil,vazio,egocêntrico e megalomaníaco, tudo o que se espera de
'Caê'.
A
máscara cai de vez quando proclama que o PT é "o mais
estruturado e duradouro partido de esquerda do mundo contemporâneo"
e que os artistas que sentem $impatia pelo "histórico do
partido" não são dependentes do governo. Afirma
categoricamente que não é dependente do governo,tem opiniões
próprias e exibe as contradições que encontra em suas buscas; no
entanto,repete ipsis litteris toda a cantilena
regurgitada pelos demais "artistas" que manifestam apoio
de$intere$$ado pelo governo lulodilmista. Típico de você, Caetano.
Mas por favor,tire uma dúvida: Esse artigo foi realmente escrito por
você ou é mais um produto da Paula Lavigne ? Não que o conteúdo
seja incompatível com sua (a)moralidade, longe disso. É que nunca
antes na história desse país se leu ou ouviu algo atribuído a você
que fizesse qualquer sentido ou exprimisse uma idéia usando frases diretas
com o mínimo de rigor gramatical.
SEM
EDUCAÇÃO NÃO HÁ CULTURA. O que os terroristas PeTralhas
realmente tentam enfiar na cabeça do populacho é que 'educação' é
matemática, português,história,geografia,etc. 'Cultura' é música
(seja lá o que se entenda como tal), dança, teatro. Educação é
chata, é ficar sentado aprendendo a fazer contas, decorando nomes de
países e capitais, conjugando verbos e conhecendo fatos históricos.
Cultura é legal,é só diversão,é funk, "sertanejo",
rap, "axé - xulé". É muita bunda de fora,mulheres com
peitos de plástico e pernas de cavalos de corrida,patetas esgoelando
com voz fininha e calças apertadas. É palavrão na TV e no cinema,
erros gramaticais imperdoáveis, programas idiotizantes, figuras
grotescas alçadas à condição de astros,filmes e peças cretinos
estrelados por atores idem, viadagem e sapatagem explícitas - estas
últimas com incentivo entusiasmado dos "donos" e diretores
dos programas. Cultura,aqui no Brasil, se tornou sinônimo de tudo o
que a mente humana pode inventar de pernicioso e nauseante.
Dissociar a educação da cultura, seja pela criação de um
ministério "exclusivo" que chupe os recursos públicos com
apetite de buraco negro, seja patrocinando a lavagem cerebral que os
formadores de opinião fazem nas pessoas de classes mais baixas,é um
erro gravíssimo. Talvez o verdadeiro medo dos "artistas"
seja o de que,com o necessário incremento da EDUCAÇÃO no Brasil, a
população adquira senso crítico e conhecimentos suficientes para
perceber que a tão decantada CULTURA brasileira apodreceu e já vem
fedendo há muito,muito tempo.
quinta-feira, 2 de junho de 2016
As quatro mentiras mais contadas pelos petistas sobre o governo Lula
Muito
antes dos grampos da Operação Lava Jato exporem parte daquilo que o
ex-presidente Lula realmente diz em privado sobre outros políticos e
instituições, outros surtos de sinceridade já ajudaram a
compreender o ex-presidente muito além dos discursos e palanques. Em
um destes momentos, reunido com blogueiros pró-governo, em abril de
2014, Lula explica com certa clareza, como mentir e inventar
estatísticas sobre os governos aos quais se opunha era parte natural
do seu trabalho enquanto oposição. Sobre o próprio governo,
porém, um olhar mais atento mostra que, se não chegou a mentir,
Lula não teve em momento algum receio de contar meias-verdades ou
apropriar-se de feitos não necessariamente seus.
Muito
além de criar números inexistentes, como a alegação de que
durante seu mandato 36 milhões de brasileiros saíram da extrema
pobreza (número contestado pelo próprio Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao Palácio do Planalto,
que alega terem sido 8,4 milhões), o ex-presidente viu as
estatísticas de seu governo variarem ao sabor do vento, tudo de
acordo com os caprichos dos discursos políticos.
A
prática não é exclusividade do governo de Lula. Em 2014, a FAO,
organização da ONU para a agricultura, mudou
sua metodologia para medir a fome, e como num passe de mágica,
as pessoas que passam fome no Brasil caíram de 7% para 1,4%. Pela
primeira vez na história, o Brasil saiu do “mapa da fome”.
A FAO é comandada atualmente por José Graziano, ex-ministro de Lula
e responsável por criar o “Fome Zero”.
Em
outro caso, envolvendo apenas organizações tupiniquins, o IBGE
alterou a metodologia do PIB, tornando a recessão de 2014 um
‘crescimento zero’, evitando, ao menos por enquanto, que o Brasil
tenha pela primeira vez na história 3 anos de crescimento negativo.
Por fim, no mais conhecido dos casos, o mesmo IPEA determinou
que brasileiros com renda per capita de R$ 291 pertenceriam à classe
média.
Mas
manipular números não é o bastante. Aqui, separamos as 4
mentiras mais contadas sobre o governo Lula.
1. Nenhum país do mundo fez o que o Brasil fez na área econômica e social.

O bom desempenho da economia brasileira ao longo da primeira década dos anos 2000 é ainda hoje a conquista mais comemorada por qualquer um que busque exaltar o governo Lula. Não à toa, os bons números da economia representam a pedra angular que explica o crescimento de programas do governo voltados para a área social. Graças a um aumento recorde de arrecadação (que mais do que dobrou entre 2002 e 2010), o governo pode estar presente no cotidiano de dezenas de milhões de pessoas.
A
conjuntura onde este crescimento se deu, porém, foi daqueles
fatos raros, poucas vezes presenciados na história brasileira. Para
ser mais exato, apenas em 1902, no grande ciclo internacional da
borracha, tivemos um país saído de ajustes internos no exato
momento em que a principal especialidade brasileira (as commodities,
em especial as agrícolas), começaram a subir de preço. Para o
Goldman Sachs, o aumento médio das commodities durante o período
foi de 723%.
Vender
o mesmo produto por quase 7 vezes mais foi uma das causas desta
riqueza em abundância.
Entre
2002 e 2010, cerca de US$ 252 bilhões em superávits comerciais
entraram na economia brasileira, inundando o país de riqueza.
O
comércio, claro, não explica todo sucesso brasileiro no período.
Atualmente, a economia brasileira é a mais fechada dentre todas as
20 maiores economias do mundo, demonstrando que apesar de termos
crescido, poderíamos ter feito mais. Boa parte da sensação de
crescimento existente no país esteve assentada no aumento do
crédito, que subiu de 23% para 46% do PIB, como consequência da
primeira estabilidade da moeda brasileira desde… 1902.
Se
compararmos a outros países, porém, o sucesso brasileiro não
foi tão expressivo. Crescemos mais do que nós mesmos, é verdade,
mas ainda assim, fomos o penúltimo colocado no continente, à frente
apenas do México.
Segundo
o FMI, em 2002, o PIB brasileiro equivalia a 3,2% do PIB mundial, já
em 2010, esta participação era de 3,18%. Em 2015 este número está
em 2,84%, demonstrando que crescemos significativamente menos
que o restante do mundo, de modo que não apenas outros países
“fizeram o que o Brasil fez”, como fizeram ainda mais.
No
campo social não é diferente. Segundo o IPEA, a pobreza no Brasil
caiu significativamente, mas o começo desta queda não foi
exatamente a eleição do ex-presidente Lula. Para o IPEA, o começo
da queda da pobreza no Brasil foi a criação do Plano Real e o fim
da inflação. Em 1992, haviam 19,1 milhões de pessoas extremamente
pobres no Brasil, contra 14,9 milhões em 2002 e 6,5 milhões em
2012. Para o instituto, além do fim da inflação, o aumento do
nível de emprego foi outro fator preponderante para a queda.
Programas sociais representam apenas 15% desta queda, contra mais de
2/3 de aumento da renda do trabalho.
Os
números brasileiros são positivos, mas nada que se distancie do
restante dos países. Entre 1990 e 2015, a pobreza caiu 50% no mundo,
e mais de 60% nos países emergentes. Os países responsáveis por
puxar a queda são justamente alguns dos mais populosos. Para o Banco
Mundial, 2035 representará o ano histórico em que a extrema pobreza
(pessoas com renda menor do que 1 dólar por dia), será extinta,
ainda que Lula não seja presidente do mundo.
2. O Brasil pagou a dívida externa.

Assistindo dez calotes na dívida entre 1898 e 1990 (o último), não é de se estranhar que o brasileiro associe dívida externa à fragilidade e problemas. Para boa parte do mundo, no entanto, dívida é uma forma de alavancar investimentos. Ao realizar a aquisição da cerverja SAB Miller, os brasileiros donos da AMBEV, liderados por Jorge Paulo Lemann, recorreram a um empréstimo de US$ 47 bilhões, pagando juros de 4,25%. O número é expressivo, a segunda maior captação de dívida já realizada por uma empresa no mundo, significando um valor maior do que a atual dívida externa brasileira a um custo mais baixo.
Como
o exemplo da AB Inbev, a empresa controladora da Ambev, deixa claro,
dívida pode vir a ser uma solução, para aqueles que possuam boas
qualificações para tomar crédito, e utilizem os recursos de forma
eficiente. Ao atrair o grau de investimento em 2008, a economia
brasileira viu um boom de endividamento por parte das empresas. Para
companhias como a Globo, a companhia aérea Gol ou o frigorífico
JBS, a oportunidade de captar dinheiro no exterior fez com que
financiar as suas operações se tornasse extremamente mais barato.
Para
o governo, porém, aumentar o endividamento não pareceu uma boa
ideia. Entre 2002 e 2010 o governo brasileiro procedeu no sentido
contrário, vendendo títulos da dívida interna, aquela paga em
reais, com juros que hoje giram em torno de 14,25%, para pagar a
dívida externa, cujos juros ficam em torno de 4%. Para o governo,
realizar esta operação significou “menos turbulências”, uma
vez que a dívida externa não está sujeita à variação do dólar.
O efeito político, porém, foi notório.
Composta
por inúmeros credores, a dívida externa brasileira foi por muito
tempo associada a um único deles: o FMI. A razão para isso é
clara. Como não possui bom histórico de crédito, apenas uma
entidade se dispôs por um bom tempo a emprestar quantias
consideráveis ao Brasil – o próprio FMI. Isto ocorre porque a
entidade é financiada por outros governos, e empresta com o intuito
de influenciar a adoção de políticas comuns aos países como
exigência aos empréstimos.
O
ato político de Palocci, então Ministro da Fazenda, representou o
pagamento da dívida relativa apenas ao FMI, de US$ 15 bilhões, com
recursos oriundos da criação de uma dívida ainda mais cara, a
interna. Para a população em geral, o que contou foi livrar-se do
“grande credor”. Em nenhum momento do seu anúncio, porém,
Palocci mencionou ter conseguido os recursos por meio de outras
dívidas.
Atualmente,
a dívida externa pública gira em torno de 10% da dívida externa
total, e meros 5% da dívida do governo. O endividamento
total do governo por sua vez, está em R$ 3,6 trilhões,
implicando em juros superiores a R$ 600 bilhões anuais.
Com
reservas internacionais de US$ 374 bilhões, o governo tornou-se o
que se chama de “credor líquido’ – ou seja, possui mais caixa
do que dívida. O chamado ‘custo de carregamento’ das reservas –
o custo de pagar a dívida que garantiu os recursos para comprar
estes US$ 374 bilhões – é estimado em R$ 120 bilhões mensais.
Imagine que você tenha pago o crédito consignado com o cartão de
crédito e ainda faça propaganda de que “livrou-se das dívidas”.
Com o governo, a situação não mudou muito.
3. O Brasil se tornou auto-suficiente na produção de Petróleo.

O boom do petróleo, cujo preço do barril saltou incríveis 1.200% ao longo da década de 2000, fez explodir ao redor do mundo regimes financiados pelos ‘petrodólares’. Do Oriente Médio à America Latina, governos enriquecidos com o dinheiro do petróleo fizeram as mais absurdas aquisições, como uma Copa do Mundo no Qatar ou a força aérea mais moderna do continente, detida pela Venezuela.
Para
o Brasil, que chegou a ter uma das 10 maiores empresas do mundo, o
efeito foi também expressivo, apesar da Petrobras não representar
na economia brasileira o que representa o petróleo nestes outros
países (por aqui, a cadeia de prestadores de serviços da Petrobras
esta em 20% do PIB).
Em
torno desta festa de dólares, não é de se estranhar que tenham
nascido inúmeros mitos. Poucos deles, no entanto, chegam perto do
que foi o anúncio da “auto-suficiência”. Para uma população
acostumada a acreditar que comércio exterior é algo que ‘não é
para o Brasil’, a ideia de que dependemos menos do resto do mundo
cai como uma luva.
Só
há um problema com esta ideia: ela é falsa, do início ao fim.
Entre
1953 e 1997, produzir petróleo no Brasil era uma exclusividade da
Petrobras. O monopólio do petróleo, criado por Getúlio Vargas,
garantiu que nenhuma empresa nacional ou estrangeira pudesse investir
para produzir por aqui. Como consequência de um país não
acostumado a poupar, nossa produção interna mal supria metade das
necessidades.
A
consequência do aumento do preço do barril e da permissão para
investimento privado não poderia ter consequências diferentes.
Entre
1997 e 2010, a produção de petróleo no Brasil saltou de 741 mil
para 2,271 milhões (estamos estagnados desde então). Por volta de
2005, em termos puramente numéricos, a produção e o consumo se
igualaram, motivo que levou o governo a comemorar a
‘auto-suficiência’.
Do
ponto de vista técnico ou econômico, consumo e produção nunca se
encontraram por aqui. O Brasil ainda hoje continua produzindo óleo
pesado e importando óleo leve, uma vez que nossas refinarias foram
construídas em uma época na qual importar óleo leve do Oriente
Médio era muito mais barato e eficiente do que produzir o óleo
pesado existente por aqui.
O
déficit na ‘conta petróleo’ atingiu US$ 20,3 bilhões em 2013,
e US$ 5,6 bilhões em 2015. Na prática, continuamos importando mais
do que exportando.
4. O Brasil foi o último a entrar e o primeiro a sair da crise.

Muito mais do que o próprio sucesso, o aparente fracasso da economia americana foi a pá de cal que era preciso para sedimentar a idéia de que “enfim, vencemos”. Nós estamos certos, pois continuamos crescendo, enquanto os países ricos afundam em suas crises. Em um misto de anti-americanismo e um revanchismo barato, o Brasil viveu uma onda de ufanismo das mais curiosas.
Uma
análise da crise de 2008, a crise do ‘subprime’, no mercado
imobiliário americano que se alastrou pelo mundo, mostra que há
pouco ou nenhum paralelo com a maior parte das crises já enfrentadas
pelo Brasil. Trata-se da maior crise do capitalismo desde 1929, e
desta vez, nossa economia não sofreu um abalo tão grande. Em 1930 e
1931, o Brasil registrou pela primeira vez uma queda de 2 anos
seguidos no seu PIB – e isto porque a crise de 1929 fez desabar os
preços do café, nossa commoditie na época. Desta vez, porém, a
crise não impactou nos preços de mercadorias comumente vendidas
pelo Brasil, uma vez que o grande consumidor, a China, continuava a
crescer.
A
crise de 2008 foi especificamente uma crise originada pelo
sofisticado sistema financeiro internacional, um clube no qual o
Brasil, até o mesmo ano de 2008, não estava autorizado a
participar. Sem o grau de investimento, nossa participação junto ao
sistema financeiro internacional era pouca ou quase nula. Nenhum
banco brasileiro comprou em escala significativa os CDO (obrigações
de crédito colateralizada, traduzida por aqui como “derivativos”).
Nenhum banco brasileiro quebrou ou sofreu grandes prejuízos com a
crise.
Para
algumas empresas, porém, a situação foi um pouco diferente.
Perdigão e Aracruz tiveram prejuízos bilionários com os
derivativos e tiveram de ser vendidas para dar origem a outras
empresas. Nada muito relevante.
Nossa
pouca participação no epicentro da crise, de fato nos garantiu ser
um dos últimos a entrar. O motivo de termos “saído” em 2010 é
a causa mal explicada na história. Em 2008, demos início à chamada
“política dos campeões nacionais”. Cerca de R$ 450 bilhões
foram injetados no BNDES para financiar grandes obras, e o governo se
tornou um personagem mais presente na economia. O crédito por parte
de bancos públicos chegou a 52% do total. E se tudo isso lhe parece
conhecido, é porque provavelmente você já deve ter visto estas
medidas em uma análise do que é a “Nova Matriz Econômica”. A
aposta no crédito para induzir o crescimento na economia nasceu
justamente como resposta “anti-cíclica” à crise. Saímos da
crise utilizando capacidade ociosa para gerar consumo e um aparente
clima de crescimento.
O
PIB de 2010, porém, que chegou a 7,2% de crescimento, não tardou a
diminuir. Entre 2011 e 2014, registramos dia após dia uma queda no
nível de crescimento, até chegar a zero em 2014, e então os -3,8%
de 2015. Em suma, nós saímos da crise americana criando a nossa
própria crise.
Salários pagos pela TV Brasil explicam o petismo feroz de alguns jornalistas
|
O
colunista Reinaldo Azevedo, da revista Veja, afirma que "a TV
Brasil na forma em que existe é uma das invenções mais caras da
era petista. Dá traço de audiência, mas paga salário de gente
grande". Após expor os salários de alguns defensores do
petismo, Azevedo conclui que essas pessoas "têm simplesmente
de ser demitidas a bem do serviço público. O nome disso é
aparelhamento do estado".
A TV Brasil na forma em que existe é uma das invenções mais caras da era petista. Dá traço de audiência, mas paga salário de gente grande. Não é por acaso que custa R$ 1 bilhão por ano. Num país quebrado.
Aderbal Freire Filho, que acha que o impeachment é golpe, tem um programa sobre teatro chamado “A Arte do Artista”. Para dar pinta lá uma vez por semana, recebe R$ 81 mil mensais. Teria contrato até o fim do ano.
Aderbal é casado com Marieta Severo, aquela que cantou as glórias do PT no “Domingão do Faustão”, ex-mulher de Chico Buarque, que exalta os feitos da legenda em toda parte.
Outro que não passa apertado é Luis Nassif, com um programa também semanal chamado “Brasilianas.org”. Embora ninguém veja a defesa que ele faz do governo — não na TV ao menos —, tem um contrato anual de R$ 761 mil — mais de R$ 63 mil por mês. Ou R$ 15.750 por programa!
Nassif até tenta fingir diversidade com alguns temas de interesse geral. Quando envereda para a política e para a economia, é mero porta-voz do governo petista. Lúcia Mendonça, diretora do seu programa, tem um contrato de R$ 289 mil/ano.
Paulo Markun também fez um bom acordo para um programa semanal: R$ 585 mil anuais. Em favor de Markun — e não tenho nenhum problema em dizer isto —, observo que mantém ao menos uma pauta plural em “Palavras Cruzadas”.
Não é o caso de Paulo Moreira Leite, também com uma, por assim dizer, atração por semana chamada “Espaço Público”. Tem um contrato anual de R$ 279 mil. Só entrevista esquerdistas e governistas — na maioria das vezes, petistas. Vejam.
E Emir Sader, o grande intelectual de um país chamado “Emirados Sáderes”, que desenvolveu até uma gramática própria? Para fazer alguns pequenos comentários — em que fala bem do PT e das esquerdas do Brasil e do mundo e mal de todos os seus adversários, recebe R$ 227 mil por ano. Tereza Cruvinel, que hoje só dá alguns pitacos políticos, mantém um contrato anual de 182 mil.
Exceção feita a Aderbal — não entendi ainda por quê —, todos os outros contratos estão suspensos para ser renegociados.
A questão particular
Não sei exatamente o que o novo comando da TV Brasil entende por “renegociação”. Não entro no mérito das convicções políticas de um Paulo Markun, por exemplo, porque não sou policial de consciências. Havendo uma TV Pública, ele tem trajetória, estofo e biografia para fazer um programa plural. Se o novo valor que lhe vai ser proposto é ou não aceitável, isso é com ele.
Nunca vi o seu programa, mas ele é um entrevistador competente. A pauta de “Palavras Cruzadas” evidencia não se tratar de mero prosélito do petismo.
Nos outros casos, lamento, basta uma pesquisa rápida para a gente perceber que não se trata de jornalismo, mas de militância política. E feita com o nosso dinheiro. O “jornalismo” que essas pessoas fazem, inclusive fora da TV Brasil, não as habilita a estar numa TV Pública — a menos que esta sirva de cabide de emprego e de remuneração por serviços prestados fora dali.
Elas têm simplesmente de ser demitidas a bem do serviço público. O nome disso é aparelhamento do estado.
A questão geral
Eu não seria eu se não dissesse o que penso, certo? Sou contra a existência de uma TV que consome R$ 1 bilhão por ano para ninguém ver. Deveria ser simplesmente fechada. Mas sou realista: acho difícil que aconteça.
Que Laerte Rimoli, novo presidente da EBC, à qual se subordina a TV Brasil, chame especialistas da área para estudar e implementar um modelo de TV pública que não assalte os cofres e não sirva de cabide emprego — de petistas ou pessoas de quaisquer outras legendas.
Reitero: eu não acho que a TV Brasil deva deixar de ser a emissora do PT para ser a emissora do PMDB. Como ente público, tem de ser a emissora que respeite os valores da Constituição. E o bom mesmo é não haver uma TV Brasil. Se ninguém vê, pra quê?
quarta-feira, 1 de junho de 2016
Como a UNE usa o seu dinheiro para defender o governo do PT

No papel, uma entidade privada em defesa dos
estudantes. Na prática, uma organização que defende os interesses
do governo, ainda que contrários aos seus princípios – e recebe
dinheiro público para isso.
Historicamente,
a União Nacional dos
Estudantes, que você
provavelmente conhece como UNE, ocupou um papel de oposição a
todos os governos brasileiros. Ou melhor, quase todos. Tudo mudou
quando o ex-presidente Lula chegou ao Planalto, em 2003.
De lá pra
cá, a entidade passou a receber verdadeiras montanhas de dinheiro
público que pouco ou quase nunca é fiscalizado. Em troca, sai
sempre em defesa do governo.
No início do
ano, por exemplo, a UNE mobilizou-se em defesa do governo Dilma,
apesar do corte anunciado de R$ 9 bilhões no orçamento da
Educação. Em suas pautas, a organização diz ser contra
o corte. Mas pouco se entusiasmou em fazer oposição ao ajuste.
Preferiu continuar investindo em favor do partido que governa o
país e da Petrobras.
Sim,
da Petrobras. A defesa da estatal é uma pauta antiga da
entidade. Em 2009, durante seu Congresso anual, a UNE saiu
em defesa dela. O evento, no entanto, foi bancado com recursos
da própria estatal, que doou R$
100 mil para sua organização,
e em março, repetiu
a dose, dessa vez falando também em nome da democracia e do
governo.
Não foi por
acaso: só a Petrobras já destinou R$
750 mil para a UNE ao longo
dos últimos anos. As manifestações, que eclodiram num momento em
que a estatal passa por uma enorme crise financeira, foram uma
forma de dizer “obrigado” pelo apoio no passado.
Mas, afinal,
quanto a UNE recebeu do governo nos últimos anos?
Fomos atrás
dos dados para responder essa pergunta. As informações foram
recolhidas no portal de transparência
da Petrobras, nos patrocínios
do BNDES e nos Convênios do Portal
da Transparência.
No total,
desde 2006, a UNE já recebeu R$
55,9 milhões da administração
pública, entre doações de estatais, transferências diretas e
patrocínios de ministérios. Dinheiro que saiu do seu bolso.
Lula foi o
campeão em doações: ao deixar o Planalto, a gestão do
ex-presidente havia contribuído com incríveis 97,4% de todo o
dinheiro
público que chegou até os cofres da UNE. Dilma continuou
com os repasses, mas em ritmo um pouco mais lento: foram repassados
“somente” R$ 14 milhões durante seu governo.
São cifras
impressionantes, ainda mais levando-se em conta que a organização
possui suas próprias formas de levantar fundos – como a venda de
carteirinhas (monopolizada no país) e a cobrança de entrada em
seus eventos.
O que, então,
a UNE faz com todo esse dinheiro? Boa pergunta, ninguém sabe.
Para que esse dinheiro é usado?

O dinheiro
que chega até a UNE tem diversos destinos, nem sempre voltados
para a educação.
Dos R$ 55,9
milhões que a entidade recebeu nos últimos anos, a maior parte –
R$ 44,6 milhões – veio do Ministério da Justiça, em duas
ocasiões: R$ 30 milhões em 2010 e mais 14,6 milhões em 2013.
O dinheiro
foi transferido para a entidade sob a alegação de ser uma
indenização pelo incêndio de sua sede na Praia do Flamengo,
ocorrido logo após o golpe de 1964. O
valor repassado correspondia a 6 vezes o valor de mercado do
terreno e tinha como destino a
construção de uma nova sede, no lugar da sede histórica destruída
pelos militares.
As obras, no
entanto, demoraram para sair do papel e só começaram em 2012. Um
ano depois, mais um repasse – dessa vez de R$ 14 milhões para
acelerar a construção do prédio. Mas a UNE não quis gastar esse
dinheiro: viu uma grande oportunidade de negócio sem colocar a mão
no bolso.
O terreno,
que está em nome da UNE desde 2007, fica numa região privilegiada
do Rio de Janeiro, a poucos metros do metrô e de frente para a
praia. É um lugar excepcional, do interesse de
diversos investidores interessados em explorá-lo
comercialmente por valores bem altos. E aqui, a UNE não pensou duas
vezes. O capitalismo falou mais alto.
A entidade
fez uma parceria com uma investidora, que prometeu bancar a obra
para a organização, desde que ela cedesse algumas salas para
exploração comercial. Negócio fechado.
A Torre do
Flamengo, como será chamado o edifício, custará agora R$ 65
milhões, mas ninguém sabe ao certo quanto disso será bancado
pelos 44 milhões de reais que a UNE possui em caixa. Acredita-se,
até mesmo, que a organização não precisará colocar um
centavo na obra.
O jornal O
Estado de São Paulo, que revelou essas informações em maio,
procurou contato com a UNE para entender como a
organização está aplicando esses milhões que recebeu
do governo, mas não obteve retorno. A resposta também não foi
encontrada em seu site oficial, que carece de dados sobre prestações
de contas.
Apesar
de movimentar literalmente milhões de reais de dinheiro
público, a UNE não oferece nenhuma transparência sobre seus
gastos. Alguns links antigos
sobre prestações de conta que existiam no site, encontram-se
quebrados.
A WTorre,
construtora contratada
pela UNE para a obra, também levanta suspeitas: tem como clientes
diversas estatais e ligações estranhas com o ex-ministro
Antônio Palocci. Desde maio, a empreiteira está sendo
investigada
pela força-tarefa da Operação Lava Jato, por suspeitas de que
tenha intermediado um esquema que desviou pelo menos R$ 2 milhões,
sob o comando de Palocci.
Por que a UNE esconde seus gastos?

Carina Vitral,
presidente da UNE, e Nicolás Maduro, presidente da Venezuela.
Seu histórico
pode explicar um pouco do que motiva esse mistério sobre suas
contas.
Dos
diversos projetos culturais da UNE que receberam repasse direto
do Fundo Nacional da Cultura, boa parte está há anos parado
na situação “aguardando prestação de contas”.
Em 2012, após
diversos calotes no governo, a UNE foi marcada como inadimplente
no Cadin. A ação motivou o Tribunal de Contas da União a
investigar os gastos da organização, quando foi
descoberto uma série de irregularidades.
O TCU
descobriu,
por exemplo, que alguns gastos eram comprovados com notas frias: a
UNE estava, na verdade, utilizando o dinheiro repassado pelo
Ministério da Cultura para comprar cerveja, cachaça e whisky e
outras bebidas alcoólicas. O dinheiro também foi gasto na compra
de celulares, ventiladores, velas e até búzios.
Contas de
energia e a impressão do jornal da UNE também teriam sido
custeados pelo dinheiro, que deveria ter sido gasto exclusivamente
para projetos culturais previamente selecionados.
Os problemas,
contudo, não param nos gastos. Eles começam na origem: os
repasses.
Em 2008, a
UNE recebeu um repasse de R$ 250 mil do Ministério do Esporte para
a realização de sua 6ª Bienal. Na época, a pasta era comandada
por Orlando Silva, militante do PCdoB e ex-presidente da UNE.
Além de
repassar o dinheiro, o Ministério não fez nenhum pedido de
prestação de contas à UNE. Uma solicitação desses documentos só
foi feito após o TCU encaminhar
um pedido à pasta. O TCU descobriu então que o prazo legal
para a prestação de contas, na verdade, já tinha expirado, mas o
Ministério não havia feito nenhuma notificação quanto a isso. Em
bom português: não estava dando a menor bola para a forma que
o dinheiro havia sido gasto.
Além do dinheiro repassado
pelo Ministério do Esporte, as contas de um repasses do Ministério
da Ciência e de outros 4 repasses do Ministérios da Cultura foram
declaradas como irregulares pelo TCU e uma Tomada de Contas
Especiais foi instaurada sob um repasse de R$ 2,8 milhões feito
pelo Ministério da Saúde à UNE.
Todos esses
problemas levaram a Controladoria Geral da União a impedir a
UNE de firmar novos convênios ou receber repasses da administração
pública até que a situação seja regularizada – algo que, se
depender da UNE, deve se arrastar por vários anos.
Agora, resta
saber por quanto tempo a organização ainda manterá sua linha
governista sem as verbas públicas que nos últimos 9 anos
compuseram alguns milhões consideráveis do seu orçamento.
O que fica
bem claro nisso tudo é que, se para a UNE a educação
não é mercadoria, o apoio político é. E custa caro – para
o seu bolso.
Assinar:
Postagens (Atom)