O CASO MARIELLE FRANCO

    Há uma semana foi executada a vereadora Marielle Franco,do PSOL do Rio de Janeiro. E não se fala de outra coisa na Mídia, como se todos os outros problemas que o país enfrenta fossem magicamente varridos pra outra dimensão. Estou de saco cheio de tanta hipocrisia e foi exatamente por isso que decidi escrever este artigo.
    Antes de mais nada,precisamos entender quem foi esta vereadora, o que pregava e pelo que lutava. O vídeo abaixo nos dá uma boa noção:

 
(Peço desculpas pela qualidade do vídeo: Por pressão da quadrilha  PSOL-PT-PC do B,o YouTube retirou várias postagens do ar e isso incluiu o vídeo original,que nada mais era que uma documentação do discurso da vereadora na câmara, sem montagens,sem adendos, sem qualquer coisa que justificasse a censura. Nada como um bom jabaculê para fazer o Judiciário andar,não é mesmo ?)
  Alguns pontos me chamaram a atenção e devo acrescentar,de um modo muito negativo. Confiram:
  - "Homem fazendo homice".   Típico argumento de feminazi que se julga inteiramente independente de metade da espécie humana. Deve ter sido gerada por partenogênese ou clonagem.  Será que o guru Marcelo Freixo e seus asseclas masculinos também fazem "homices" ou esse neologismo é exclusivamente para opositores ? 
  - "Eu peço que a presidência da casa no caso de maiores manifestações que venham atrapalhar minha fala assim proceda como a gente faz quando a tribuna interrompe qualquer vereador"  "Não tolero 'interrompimento' de vereadores desta casa !"  "Obrigada, 'presidenta'Tânia !"  Ouvindo construções frasais desastrosas como essas, deduz-se que a língua portuguesa não fazia parte dos conhecimentos da nobre parlamentar.
  - "Neste período,por exemplo,onde a intervenção federal se concretiza na intervenção militar,eu quero saber como ficam as mães e familiares das crianças revistadas. Como que ficam as médicas que não podem trabalhar nos postos de saúde. Como que ficam as mulheres que não tem acesso à cidade. Essas mulheres são muitas: são mulheres negras,mulheres lébicas, mulheres trans, mulheres camponesas, mulheres que constroem essa cidade."    Segundo a tese da vereadora,crianças moradoras de favelas podem dormir e acordar ao som de tiroteios, podem ser privadas dos direitos de brincar ao ar livre e circular pelas ruas, podem ser vítimas de fogo cruzado provocado por confrontos entre traficantes, testemunharem execuções a sangue-frio e espancamentos, servirem de mula para o tráfico e caminharem por vielas usadas para "desova" de cadáveres MAS NÃO PODEM PASSAR POR REVISTAS POLICIAIS EM BUSCA DE ARMAS E DROGAS. Coitadinhas,vão ficar TRAUMATIZADAS pela presença dos policiais/militares malvados !! A leviandade (desculpem o termo mas não encontro palavra mais suave) da santinha Marielle fica evidente quando declara que médicas e demais profissionais da área de saúde são impedidas de trabalhar pelas forças militares, já que sabe muitíssimo bem - ou deveria saber - que é a presença de traficantes nas áreas dos postos de saúde a única razão do medo pela perda da integridade física e da própria vida. Medo produz absenteísmo e isso inclui profissionais do sexo masculino.  Até uma criança percebe isso. "Mulheres que não tem acesso à cidade"?   Quem impede a saída de mulheres e crianças das favelas: a polícia ou os traficantes ?  "Mulheres trans "?   Desde quando travesti deixou de ser homem ?  Nasceu com cromossomo Y,vai morrer com ele. Mulher trans é o CATZO! (o trocadilho saiu sem querer).
 
Segue o festival nonsense, com o mesmo tom tragicômico:
 - "Aonde diversos relatórios, queiram os senhores ou não,apresentam a centralidade e a força dessas mulheres mas apresentam também os números como o Intercept publicou um dossiê de lesbocídio que uma lésbica é assassinada por semana. Lesbocídio é um conceito que as mulheres lésbicas estão cunhando assim como nós avançamos no debate em relação ao homicídio impetrado por mulheres que se constituiu no feminicídio dados que mostram a realidade absurda mas que sim, vitima a nossa diversidade. "   Frases misturadas e sem sentido algum,conceitos ridículos, arrogância, palavras usadas sem o mínimo conhecimento do significado.  Sim, era uma dos responsáveis pela elaboração das lei que regem nossa cidade. Ou do que restou dela.
  - "As mulheres negras,por exemplo,quando passam na rua, ainda tem homem que tem a ousadia de falar do quadril largo,da bunda grande, do corpo, como se a gente 'tivesse' no período de escravidão. NÃO ESTAMOS,QUERIDO ! Nós 'estamo' no processo democrático. Vai 'tê' que aturar mulher negra, trans, lésbica, ocupando a diversidade dos 'espaço'."
 Na visão infantilóide da vereadora, apenas mulheres negras tem bunda grande,ouvem galanteios e sofrem com mãos-bobas . Já mulheres brancas e orientais estão isentas.... Que argumentação fraca,hein?  E o que tem assédio a ver com a frequência de travestis (que nunca foram e nunca serão mulheres) e lésbicas (que estão pouco se lixando para os homens) em espaços públicos ?
 
    Concordo quando ela diz que é contra a liberação das armas para todos os cidadãos mas divirjo frontalmente quando diz que "Nem a Polícia Militar está preparada para usar armamento."  Polícia sem armas ?!? Como vai fazer seu trabalho de prender a bandidagem e proteger a população ?
   Logo depois vem o discursinho de que a saída é dar condições de trabalho dignas para trabalhadores e trabalhadoras.  Oh,sim.  Traficantes, assassinos e assaltantes vão alegremente largar seus rifles, metralhadoras e pistolas para acordar cedo cinco vezes por semana e ganhar por mês menos do que conseguem em um dia de crimes. Ah,o crime compensa e muito !
    Prossegue com mais lenga-lenga, reclamando que é necessária a presença de mais mulheres na vida política, que o percentual de mulheres na câmara de vereadores é muito pequeno e que são maioria nas ruas. Ora,se as mulheres são a maioria da população e consequentemente, maioria dos votantes,a culpa principal de não se elegerem é delas próprias !
   Afirma que as mulheres são a "base da pirâmide" (hein ?) e emenda com homenagem à "planetária" (como é que é ?) Chiquinha Gonzaga. Depois fala em um "lugar de resistência" na Praça da Bandeira que é o lugar de encontro das "mulheres negras potentes".  Resistência contra quem ou o quê? E mulheres de outras etnias,não entram?  Sapatão de carteirinha pode ou é espaço reservado para botineiras afrodescendentes ?

   Cita uma escritora, Audre Lorde (Audrey Geraldine Lorde): "Eu não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as 'corrente' dela for diferente das 'minha'. Por isso nós vamos juntas lutando contra toda forma de opressão".   Interessante.... Será que a vereadora Marielle alguma vez se posicionou contra a violência que as mulheres sofrem nas mãos dos traficantes, espancadas até a morte,proibidas de sair dos morros e de se relacionar com moradores de "comunidades" comandadas por outros grupos de marginais ? Já falou da total desvalorização feminina em tudo o que diz respeito a essa abominação chamada funk ? E sobre a utilização pela mídia da figura feminina em situações erotizantes e estereotipadas, desde comercial de cerveja a "performances artísticas" em programas de auditório? Protestou alguma vez contra o famigerado BBB,que expõe mulheres como pedaços de carne no açougue ? Obviamente que não. Não faz parte da pauta do PSOL.  Segundo a digníssima vereadora em sua verborragia entediante, as únicas vítimas da sociedade escravocrata-branca-machista-elitista são as "mulheres negras, faveladas e homossexuais"
    Agora a Mídia - leia-se REDE GLOBO  e Associados - quer transformá-la em santa paladina dos pobres e oprimidos, mártir da democracia.  Rende audiência, audiência significa espaço comercial e propagandas rendem muito dinheiro. Tudo em nome da democracia, da diversidade e da verdade, claro.  E o povão ignaro entra na onda: Promovem atos de protesto,levam faixas/cartazes, fazem pronunciamentos inflamados. Gente que nunca tinha ouvido falar dela agora fica berrando por "justiça",vestindo camisas decalcadas (compradas ali na hora, junto com a cerveja,o churrasquinho com farofa, a pipoca,o algodão-doce, o biscoito de polvilho) e chorando lágrimas de crocodilo.  Intelectuais de araque escrevem artigos emocionados em jornais decantando em prosa e verso as virtudes (?) da finada. Oportunistas de todos os tipos, incluindo canalhas do tipo dos srs. Chico Buarque e Caetano Veloso, aproveitam para fazer propaganda política e pessoal. Idiotas que moram no exterior se exibem para as câmeras, levantam cartazes e gritam palavras de ordem contra o governo atual (Berram "Fora Temer" mas não têm coragem de protestar contra Trump ou qualquer outro político xenófobo,pois não querem ser deportados). Figuras repulsivas e nocivas como Marcelo Freixo, Jean Wyllys e Chico Alencar dão ataques histéricos e apontam culpados pelo "crime de ódio", pisando no caixão da própria correligionária.  O circo está armado e o povo mais uma vez está sendo feito,além de palhaço, de cavalinho amestrado.
    Não poderia julgá-la como pessoa,mesmo porque até cinco dias atrás nunca tinha ouvido falar nela. Mas ouvindo um discurso vazio, arrogante,exclusivista,sem nexo, demagógico e totalmente desprovido de rigor gramatical (provavelmente não tinha nem o ensino fundamental completo,apesar de se dizer socióloga e mestranda em Administração Pública ), a única dedução possível é de que se tratava de uma política que falava muito e dizia absolutamente NADA. Alguém que servia apenas como suporte à bancada e obedientemente repetia falácias entregues a ela por outros membros do PSOL (que aliás, é constituído por figuras da pior espécie).  Não, ela não morreu por ser mulata, não morreu por ser mulher, não morreu por ter nascido na favela, não morreu por ser lésbica e muito menos por ter posição política tão restritiva. (Sim, restritiva. Políticos são eleitos para cuidar do bem-estar do povo e não para fazer lobby segregacionista em causa própria ou a favor de grupos). Ela morreu simplesmente por ser o elo mais fraco da corrente,já que, ao contrário de seus companheiros de partido, não andava em carros blindados cercada de seguranças.  Assassinato político ? Aí é que está: Sua morte foi muito mais prejudicial para os opositores do que para os partidários, isso é um fato inquestionável. Seria ela uma peça de xadrez que servia apenas para ocupar espaço e servir de suporte para peças mais proeminentes no tabuleiro - e que foi friamente descartada no momento oportuno em prol de uma jogada vantajosa ?  O tempo e as investigações policiais ,esperamos todos, dirão.
    Resta saber se, uma vez encontrados os mandantes e os executantes desse crime, serão considerados como "vítimas da sociedade" pelo PSOL ou tratados como os criminosos que realmente são.