Texto enviado à revista ÉPOCA ,em resposta ao artigo publicado na mesma:
Foi com muita decepção e desgosto que terminei de ler a edição 1028 (05/03/2018) desta revista: Decepção por constatar que essa publicação, outrora fonte fidedigna de informações e de artigos elucidativos,tornou-se lugar de artigos fajutos e fantasiosos. Desgosto por perceber que certos membros da imprensa,ou melhor,amadores infiltrados entre os verdadeiros jornalistas, recorrem a expedientes fraudulentos para tentar vender o homossexualismo como "natural" e "belo". Refiro-me ao artigo "Flipper fora do armário ?", de autoria do sr. Bruno Calixto.
O referido artigo começa da forma mais tosca e irracional possível,citando o fato de serem utilizados golfinhos fêmeas para a filmagem dos episódios do seriado. Segundo a lógica muito peculiar do autor, "surgiram dúvidas entre os fãs do programa se Flipper era gay". Levando em conta que a visualização da genitália de um golfinho em movimento - e dentro da água,ainda por cima - é muito difícil para olhos destreinados, pergunto-me qual seria o critério adotado pelo sr.Calixto para chegar a tal conclusão. Teria ele visto alguma cena que sugerisse interesse sexual do animal pelo capitão Hicks e seus dois filhos homens ? Ou pura ignorância do fato de golfinhos machos serem extremamente beligerantes entre si e exatamente por isso apresentarem com frequencia marcas de dentes e hematomas em seus corpos,tornando-os visualmente inadequados para as filmagens ?
O festival de sandices continua com a afirmação de que 50% dos golfinhos nariz-de-garrafa - a espécie do personagem Flipper - é homossexual, novidade essa sustentada pela pesquisa da francesa Fleur Dagey, apresentada como "bióloga e escritora". Como toda invencionice escrita por leigos ignorantes,desmonta como um montinho de areia à beira-mar: A "pesquisadora" Fleur Dagey não consta do registro de quaisquer institutos ou organizações de pesquisa/proteção da vida marinha localizados pelo planeta ,bem como do corpo docente de quaisquer universidades conhecidas na Europa, Ásia, América,África e Oceania. A bem da verdade,Fleur Dagey NÃO EXISTE,a não ser na imaginação do articulista...
Na tentativa de conferir algum grau de autenticidade e seriedade ao artigo,é citado o nome da primatologista Linda D. Wolfe - essa sim,um ser de carne e osso,com várias obras publicadas. Infelizmente para o articulista,não se tem notícia de nenhum trabalho da dra. Wolfe que mencione ou justifique o homossexualismo em outros primatas além do homem. Há estudos sobre os hábitos alimentares, a organização social, a reprodução (em habitat natural e cativeiro), a localização geográfica ,as dificuldades de sobrevivência nos locais modificados pela interferência humana e até alterações comportamentais de espécies anteriormente consideradas pacíficas. E ao contrário das falácias propagadas pelos "intelectuais" de botequim e "ativistas da diversidade", macacos bonobos são estritamente heterossexuais,só se diferenciando da maioria dos símios pelo papel de destaque que as fêmeas possuem no grupo familiar.
O seguinte parágrafo é uma clara demonstração de como a imaginação do sr.Calixto é florida (em todos os sentidos): "A homossexualidade pode ter várias explicações. No caso de Flipper,pode ser estratégica. Golfinhos machos começam a namorar uns com os outros quando ainda são adolescentes - e continuam como um casal a vida toda. Talvez devido ao tabu entre os estudiosos, não há muitas pesquisas para explicar esse comportamento. A principal hipótese é que os machos formam alianças,e a relação sexual fortalece essa ligação. Juntos,eles têm mais facilidade para enfrentar problemas no grupo e conseguir fêmeas para a reprodução. Ou seja,para os golfinhos machos,ser gay é uma forma de obter mais poder e conseguir relacionamentos heterossexuais." Talvez levado por suas convicçções e experiências pessoais,o sr.Calixto desfia um rosário de afirmações desconexas e risíveis para afirmar que,no mundo dos golfinhos (e em certos ambientes frequentados por humanos,pelo visto),ter comportamento patológico confere vantagens ao "macho". Outra vez a falácia não se sustenta sobre as próprias pernas: Não existe nenhum relato científico de homossexualismo entre os golfinhos. E mesmo se homossexualismo houvesse,não traria qualquer tipo de vantagem para o macho em questão: golfinhos machos caçam em grupo quando é conveniente, empurrando suas presas em direção ao "pelotão" composto por fêmeas e filhotes. Machos de outros grupos não são tolerados e são comuns as brigas violentas entre machos do mesmo grupo na disputa por comida, território e fêmeas. É a necessidade comum e não o desejo por conjunção homossexual que leva à formação de alianças. Há relatos de estupros coletivos de fêmeas jovens por machos,numa clara demonstração de que golfinhos apreciam muito a diferença entre os sexos e não hesitam em usar meios violentos para satisfazerem seus apetites. A atração por fêmeas entre esses cetáceos é tão forte que ultrapassa a barreira entre as espécies,como qualquer humana pode constatar quando mergulha nas águas de Fernando de Noronha ou do Caribe e se torna alvo de carícias indesejáveis. Comportamento compartilhado pelos primos de água doce,os botos, que inclusive serve como alicerce para várias lendas do norte do Brasil.
O parágrafo seguinte é idêntico no tocante à hilaridade das afirmações: Segundo o articulista, devidamente amparado pelo livro inexistente da amiguinha francesa imaginária, casais homossexuais são comuns entre as aves ("...é uma polêmica resolvida no mundo animal."), com expulsão de um dos progenitores pelo outro e formação de relacionamentos homoafetivos - ou,pasmem, a formação de um triângulo amoroso - para criação dos filhotes. Tudo muito bonitinho e conveniente, a não ser por 2 pequenos detalhes: as uniões entre as aves costumam ser pelo resto da vida e cada sexo possui um papel bastante distinto na criação dos filhotes: o macho constrói o ninho e caça enquanto a fêmea protege os ovos/filhotes e os galhos próximos ao ninho. Sem falar no fato das fêmeas serem muito seletivas e uma vez escolhido o parceiro, esse será o responsável por todas as futuras fecundações.
Enveredando de vez para a fantasia burlesca,aparece o trecho "Quando um animal busca alimento,ele não está pensando que precisa comer para ter nutrientes e não passar fome. Ele está buscando o prazer de comer. Da mesma forma,quando fazem sexo,os animais não estão pensando que querem ter filhos, reproduzir e se multiplicar. Eles estão buscando prazer. É por isso que a sexualidade é tão espalhada,e tão diversa,no meio animal." Fantástico ! Então os animais comem não por absoluta necessidade de se manterem vivos mas sim porque apreciam iguarias de sabores diversos! Sim,acho que isso explica perfeitamente a razão de predadores perseguirem suas presas por horas intermináveis, chegando a pôr em risco suas próprias vidas, bem como o hábito de hienas comerem seus próprios excrementos e também o canibalismo comum a tantas espécies de animais. Afinal,comer é apenas fonte de prazer,não é? Que aula de zoologia !!... E sexo também não serve para nada além do prazer! Que forniquem todos os animais! Órgãos sexuais e funções dos orifícios são irrelevantes,o importante é seguir a cartilha do dr. Calixto, digo, da dra.Dagey ! Pena que isso não funcione com animais de fecundação externa como peixes, celenterados,poríferos, equinodermos, anfíbios, moluscos bivalves e algumas espécies de crustáceos, não é ? Nem com parte dos insetos e a totalidade dos aracnídeos,onde o macho é estraçalhado e devorado pela fêmea segundos após o início da cópula. Mais prazeroso impossível.
No prosseguir da prosopopéia caricata,o articulista, talvez por pressentir ter escrito tantas asneiras,cai em contradição e cita a professora de medicina social Daniela Riva Knauth,da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que afirma não haver qualquer critério científico para classificar o homossexualismo como algo natural ou doença, tanto no meio animal quanto entre seres humanos. Soa confusa no entanto a declaração “ A homossexualidade não se reduz apenas à preferência sexual por pessoas do mesmo sexo,pois no caso dos seres humanos ela pode implicar uma identidade sexual, bem como um conjunto de outras expressões que estarão relacionadas a estilos de vida, a contextos sociais e políticos e a processos coletivos e individuais que estão em jogo”. Estará ela afirmando que a amizade ou a associação esportiva, profissional, social ou recreativa entre pessoas do mesmo sexo é indicativo de homossexualismo ? Parece-me que a professora Daniela Knauth, apesar de todas as láureas e títulos que ostenta, não sabe se expressar de maneira coerente, convincente e científica. Lamentável. E ainda mais lamentável é a maneira como o sr. Bruno Calixto encerra o artigo,mais uma vez “citando” a fictícia Fleur Dagey e refletindo “Assim, humanos, golfinhos, cisnes e macacos podem viver felizes com a sexualidade que quiserem”.
Com artigos e articulistas como esses, não é de admirar que a revista Época se encontre em franca decadência.
Rodrigo C. Salgado
Nota aos leitores do blog: Estou aguardando uma resposta dessa revistinha mequetrefe,se é que vão ter capacidade para tanto. Vou publicar aqui para que possamos dar boas risadas.
E para você que ficou curioso(a), está aqui a porcaria que deu origem a esse texto:
Atualização em 09/03/2018: Depois de procurar muito, achei uma Fleur DAUGEY na Internet (e não DAGEY como o mentecapto escreveu). Não passa de uma escritora menor, que se apresenta como etóloga (mas não mostra onde ou quando concluiu o curso de biologia) e escreve livrinhos infantis obscuros. Lançou um livro idiota no qual tenta convencer as crianças de que existe homossexualismo natural entre os animais. Seja como fôr, é uma figura perigosa, perniciosa e digna tanto de escárnio como de repulsa. Deveria estar na cadeia por tentar corromper inocentes.
Atualização em 19/03/2018: Duas semanas se passaram desde o envio dessa carta e não recebi resposta alguma, nem na sessão de cartas da revista nem pelo e-mail de contato. A única coisa que se aproxima remotamente de uma réplica foi isso aqui:
Reconhecem que o sobrenome Daugey foi grafado errado e ainda tentam ensinar que o correto é "homossexualidade" ao invés de HOMOSSEXUALISMO. Preferem se esconder atrás de neologismos e eufemismos fraquíssimos para denominar uma doença ao invés de exporem argumentos convincentes. Alguém aí esperava outra coisa ? NÓS NÃO.
Ótimo artigo. Atual, oportuno e muito bem redigido. Já passou da hora da sociedade reagir contra a manipulação da juventude feita pelos canalhas que militam a favor da "diversidade".
ResponderExcluirSó acho muito estranho que uma antropóloga - e não alguém ligado à área de saúde mental - ministre aulas de saúde coletiva, notadamente na área de comportamento psicossocial, para acadêmicos de medicina. Tem todo o cheiro de conchavo associado a doutrinação política.
Depois reclamam dos novos médicos que surgem no mercado. Com uma formação dessas, é o resultado óbvio.
tá foda!!! o problema é que, por detrás das câmeras de tv e cinema . tem muitos adeptos destas práticas. e tudo que esta sendo feito, em obras, inclusive seriados juvenís. estão varias e varias situações envolvendo homossexualidade.. surubas. e outras.. mostranso aos jovens que isto é belo e normal.. querem uma prova.. o seriado THE MAGICIAN honestamente nojento.
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