Dois artigos bastante elucidativos. É a verdade crua dos fatos,que o Governo do PTerrorista tenta esconder:
CFM questiona formação incompleta
O Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou,na plenária de março,uma nota de repúdio ao governo brasileiro,que,segundo denúncia da Imprensa,teria contratado - no âmbito do programa Mais Médicos - 41 intercambistas formados na Venezuela que não seriam considerados aptos pela legislação daquele país a exercerem a Medicina. Para o CFM,o governo desconsiderou a legislação nacional e de outros países em benefício de interesses políticos,partidários, programáticos ou eleitorais, colocando em risco o bem-estar coletivo.
A nota diz,ainda,que a medida traz insegurança para a sociedade,em especial aos pacientes de áreas distantes e das periferias dos grandes centros, "que ficam à mercê da ação de indivíduos sem a qualificação exigida para o exercício da Medicina". O texto defende a importância do Revalida como forma de garantir a comprovação de capacidade técnica e ética de pessoas graduadas no exterior que querem exercer a profissão no Brasil dentro do Programa Mais Médicos.
O Plenário decidiu acionar o Ministério Público para que a denúncia seja apurada. Em caso de confirmação dos fatos,o CFM defende que os responsáveis pelo programa adotem medidas urgentes para corrigir as falhas e evitar que novos equívocos voltem a ocorrer penalizando a sociedade.
"Desde 2010 o CFM vem denunciando que Hugo Chávez estava formando técnicos em medicina para atuar no Brasil. Infelizmente,estávamos certos", afirmou, durante a plenária,o 3º vice-presidente do CFM e representante por Alagoas, Emmanuel Fortes.
(publicado no site portalmédico.org.br)
A Ruína do Mais Médicos
Escrito
por Miguel Srougi (28/04/2014)*
Nem
eu nem meus colegas brasileiros rejeitamos a ideia de mais médicos,
afinal essa é uma aspiração planetária. De acordo com a OMS
(Organização Mundial da Saúde), faltam no mundo 4,3 milhões de
médicos e enfermeiras, carência impossível de ser ignorada, pois
penaliza 1 bilhão de pessoas, como sempre aquelas que perambulam à
margem da existência digna.
O
que eu e a imensa maioria dos médicos brasileiros não conseguimos
aceitar é a forma como o programa Mais Médicos foi imposto à
nação. Para dissimular a indecência na saúde, nossos governantes
trouxeram médicos cubanos. Iniciativa de grande apelo aos mais
distraídos, mas ilegítima, injusta, inconsistente e empulhadora.
Iniciativa
ilegítima por violar as leis e os valores da sociedade brasileira.
Como aceitar que profissionais recebam menos de 10% do que foi
anunciado; cidadãos proibidos de expressar seus sentimentos, vivendo
em cativeiros, num país onde a liberdade constitui uma conquista
inegociável de seu povo.
Injusta
porque, em três anos, serão transferidos R$ 5 bilhões para Cuba,
país igualmente carente, mas que não pode ser privilegiado em
detrimento dos desvalidos do Brasil. País habitado por 60 milhões
de analfabetos e por 6,5 milhões de pessoas vivendo em extrema
pobreza, que vão para a cama sem saber se terão o que comer no dia
seguinte.
Também
injusta porque, para implementar um programa tão inconsistente,
nossas autoridades demonizaram os médicos brasileiros, cuja
competência e abnegação é reconhecida dentro e fora de nossas
fronteiras. O ex-ministro Alexandre Padilha escreveu nesta Folha que
os médicos brasileiros aprendiam com os pacientes pobres nos
hospitais públicos, para depois só tratar ricos.
Poucas
vezes testemunhei algo tão preconceituoso, perigoso e mentiroso. O
ex-ministro, que diz ter estudado medicina, sabe que em todo o
planeta existe um contrato social não escrito: médicos aprendem em
hospitais universitários e, como retribuição, os pacientes recebem
cuidados orientados ou providos por professores, que se colocam entre
os mais competentes médicos de cada país.
Iniciativa
inconsistente porque os médicos cubanos, com formação dúbia,
serão incapazes de exercer qualquer ação médica efetiva em
ambientes degradados e abandonados. O que farão frente a um paciente
com dor aguda no peito? Se do céu cair um eletrocardiograma, não
saberão interpretá-lo. Se por intuição desconfiarem de um
infarto, não conseguirão tratá-lo. Se alguma divindade conseguir
transportar o paciente para um centro mais desenvolvido, inexistirão
vagas nos hospitais do SUS. Atendido no setor de emergências, ele
morrerá pelo infarto e de frio, pois terá que utilizar o seu
cobertor para forrar o chão gélido, onde será despejado e não
atendido.
Iniciativa
empulhadora porque atribui a ruína da saúde à falta de médicos
nos rincões, quando na verdade a indecência instalou-se porque o
Brasil tem sido dirigido por governantes desonestos e de uma inépcia
inabalável. Governo cujo Ministério da Saúde promoveu, nos últimos
cinco anos, o fechamento de 286 hospitais ligados ao SUS e deixou de
utilizar, em 2012, R$ 17 bilhões dos parcos recursos a ele
destinados. Valor com o qual teriam sido construídas e equipadas 18
mil unidades básicas de saúde e com o qual menos corpos estariam
despencando diante das portas impenetráveis dos hospitais públicos.
Dirigentes
coniventes com a corrupção, que segundo a ONU apoderou-se, em 2012,
de R$ 200 bilhões da riqueza do Brasil, suficientes para construir 9
milhões de residências populares. Também muitos leitos
hospitalares se contabilizados os descaminhos recentes da turma do
punho cerrado, do bando das mãos lambuzadas de petróleo ou do time
dos pés entortados.
Lamento
prever a ruína próxima do Mais Médicos. Os cubanos já estão
migrando para centros mais prósperos e os nossos governantes, sob
jugo da marquetagem eleitoreira e com mentiras repetidas, esforçam-se
para esconder os frangalhos da ação tresloucada. Restarão no palco
do horror, abandonados e resignados, aqueles que nunca conseguirão
expressar a desilusão.
*
É professor titular de urologia da Faculdade de Medicina da USP,
pós-graduado em Urologia pela Universidade Harvard (EUA) e
presidente do Conselho do Instituto Criança é Vida